Pequenas agências, grandes erros

Em todos os meus anos nesta indústria vital, cheguei à conclusão que sou um cara que funciona melhor em grandes agências do que em small shops. Cada tipo de agência tem suas vantagens e desvantagens, prós e contras.

Particularmente, prefiro as grandes estruturas, planejamentos, processos e fluxo de trabalho determinado, o contrário da atividade muito mais empírica e improvisada das agências pequenas. Não que seja ruim, já que permite uma flexibilidade maior, mas também dá margem a erros que comprometem o resultado final.

Este nariz de cera todo é pra dizer que a AdvertisingAge (tradicional reduto de notícias de agências grandes) traz uma nova série de artigos, que promete ser muito útil aos empreendedores que partem para montar suas próprias agências: Big Fat Mistakes I’ve Made (Os grandes erros que cometi) é uma coluna trimestral em que o publicitário Peter Madden conta o que deu errado na trajetória de sua pequena agência, AgileCat, em oito anos de atividades.

Coisas básicas como tentar se mostrar maior do que realmente é (afastando aqueles clientes que queriam exatamente uma agência pequena pra entrar no mercado), pegar clientes maiores do que dava conta (e como isso acontece aqui em Sampa…), fazendo com que sua reduzida equipe trabalhasse noites e fins de semana adentro para atender aos pedidos.

E não são poucas as dificuldades que os pequenos enfrentam, ainda mais quando partem para uma administração personalista. E sempre tem aquele momento crucial, em que se decide “profissionalizar” a operação, contratando pessoas mais seniores, que trariam suas experiências e expertises. E aí tem o famoso conflito de personalidades, as frases repetitivas “aqui não fazemos assim”, “não me agrada esta maneira de trabalhar”, “tenho XX anos de experiência e sei o que o cliente quer”.

Vale à pena a leitura do artigo e da seção Small Agency Diary, sempre com um ponto de vista (americano, claro, mas ainda assim válido) sobre o trabalho, métodos e características das agências pequenas.

E, quem sabe, uma série dessas sobre as agências brasileiras, com suas relações mais diretas e nem sempre saudáveis com fornecedores, clientes e funcionários?