Category Archives: campanhas

Impossível é não ser criativo

Taí, uma utilização bacana de uma receita que poderia soar já antiga ou “me too” demais.

impossible2.jpgDentro da sua série “Impossible Is Nothing”, a Adidas já explorou quase todos os aspectos imagináveis – lutas entre pai e filha, reedição de grandes momentos, testemunhais inspiradores. Agora a companhia alemã vem com um site em que o consumidor pode gerar a sua própria historinha “Impossible Is Nothing”.

Aquelas animações engraçadinhas com que Beckham conta como superou a derrota pra Argentina em 2002, ou Diego Hipólyto pula das muletas para o pódio, podem contar a sua história de superação e conquista.

Quer dizer, mais ou menos, já que existe um número limitado – embora 23 não seja pouco – de ações que o bonequinho (cuja cabeça vc personaliza com uma foto) pode executar. Depois de escolher cinco movimentos, que variam de saltar por sobre um avião de passageiros, enterrar um asteróide num satélite ou devorar um tubarão, e ordená-los em um roteiro, vc tem a chance de escrever a sua própria assinatura inspiracional e enviar para quem quiser.

Eu gostei! e tem potencial viral bem legal…

Update: Imperdoável da mnha parte não dar os créditos devidos: a concepção do site UGC e da campanha como um todo (com os depoimentos e desenhos dos atletas) é da Glue, de Londres. Vale conferir

Viajaram direitinho…

Acredito que uma boa campanha possa ser definida pela reação que causa em quem a ouve/vê/lê/acessa pela primeira vez.

Site da promoçãoAgora mesmo, esperando o início da sensacional “Sala dos Professores”, na Eldorado FM aqui de São Paulo, ouvi um longo spot da Mastercard, contando as aventuras de um cara que viaja pelo Brasil sem nada mais do que seu Mastercard.

Já tendo atendido parte da conta em uma agência anterior, e conhecedor dos conceitos sempre inovadores da marca, comecei a prestar atenção e me vi sorrindo a cada riminha, sotaque diferente e situação engraçada que o portador do cartão resolvia.

Claro que, ao buscar mais informações nas minhas referências de sempre, me deparei com um post do Merigo no Brainstorm9 contando todos dos detalhes.

Continue reading Viajaram direitinho…

Separando ficção e realidade

Na sua coluna deste sábado na Folha de S. Paulo, Ruy Castro manifesta sua insatisfação com a campanha da Leo Burnett para o Novo Palio.

Com o forte título de Emoções Assassinascolunista linka as imagens em alta velocidade da campanha com os acidentes e mortes no trânsito.

Um trecho da argumentação de Castro.

“Depois de mostrar o herói num barco ou num furacão, para dizer que ele gosta de emoções violentas, transfere-o para um carro novo que dispara por um túnel, num pega noturno com outros dois, a 300 km por hora. Eu sei, é um truque, e talvez seja impossível correr tanto dentro de um túnel. Exceto se isso for um privilégio do carro em questão. O comercial não explica se o pega deve ser combinado com os outros motoristas que só querem chegar inteiros em casa.”

Estranho que os nobres legisladores cariocas tenham recorrido ao CONAR, enquanto a Sol, por exemplo, tem um programa de fidelidade para universitários beberem cada vez mais. Qual é a mais nociva? E essa, eles não bloqueiam?

Fala muito sério! Um conceito publicitário é uma coisa. Estimular a venda de armas ou o desejo suicida (como foi alegado para tirarem o filme em que o cara sai pra nadar no meio do maremoto) é outra coisa completamente diferente.

Tem horas que o politicamente correto e a imbecilidade da desinformação se confundem. Aliás, tem horas?

Impossible is to miss such an opportunity

Depois do golaço que Lionel Messi marcou na semana passada pelo Barcelona, toda a imprensa esportiva mundial o comparou ainda mais a Maradona. O lance do argentino barcelonista foi muito parecido com o gol do Pibe, marcado contra a Inglaterra na Copa do Mundo de 1986 e escolhido, pela FIFA, como o mais belo de todas as Copas.

Pois a Adidas, patrocinadora do novo talento porteño, fez um mash-up das imagens do gol marcado contra o Getafe, na semana passada, com a narração do folclórico Victor Hugo Morales (uma espécie de Galvão Bueno local).

E assinou com seu Impossible is Nothing.

Confira o comercial aqui

Visto no Brain9

Conceitos

Gosto muito de checar os blogs de publicitários e ver o que falam das campanhas que estão no ar.

Nem sempre tem aquela necessária dose de distanciamento – seja por conhecer quem fez, seja por uma certa invejinha, mas na maioria dos casos as análises são até bem assertivas.

A nova campanha de Tamarine, do laboratório Farmasa, foi criada pela JWT e está com um filme sendo veiculado. Nele, uma mulher tenta se aliviar, mas tem que perseguir uma privada (!!) em um ritmo alucinado representando a dificuldade de cumprir a função fisiológica que o produto promete facilitar. Um filme meio 007 ou Prenda-me Se For Capaz”, segundo o http://www.estalo.org/. Ele e outros blogueiros curtiram.

Tenho que dizer que detestei.

E tenho razões pra isso. Meu último job, antes de vir para onde estou, foi em uma agência que cuidava do BTL de Farmasa. E tínhamos desenvolvido uma assinatura muito boa para Tamarine (que é mais do que um simples laxante. Tem atributos naturais e menos forçados que Lactopurga, por exemplo). Um conceito que incluía mais do que simplesmente ajudar a fazer cocô.

Não estou chorando as pitangas, por não ter tido o meu trabalho utilizado. Mas uma assinatura “Natural é ir ao banheiro” é desprezar demais os outros atributos do produto.

Que me desculpe o sensacional Ken Fujioka, mas na opinião deste escriba, este planejamento não saiu tão bem (com trocadilho, por favor). Ou o insight para a criação desceu pelo vaso (mais um, please).

Enfim, confiram o filme

Mini Rock Stars

Mais sacadas interessantes do pessoal que atende o Mini pelo mundo. Desta vez foi a galera da BBDO de Milão, que preparou uma série de posters com interpretações das lendas do rock pelos simpáticos carrinhos.

Police  Beatles Red Hot
Clique nos anúncios para ver maior.

O texto diz: Rock Legends by Mini. Check out if you’re a real rocker on Mini.it
Uma vez no site italiano, a marca oferece mp3 de artistas locais, ferramentas de customização do Mini que você vai comprar e todo aquele auê que os caras sabem fazer bem pacas.

E porque mesmo não tem Mini no Brasil, nem site nacional?

Visto no Advertising for Peanuts

Geração X na mira

Estava comentando o caso do The Uncles e no Radinho surgiu o endereço da GM para o novo Prisma. Se a Nissan foi atrás dos tiozões, a GM parece ter buscado a geração que cresceu nos anos 70 e 80 como o target. Será uma tentativa de reverter o domínio dos “populares”, aquele básico hatch com motor 1.0 que vinha sendo remodelado e enchido de opcionais?

prisma.jpgA campanha da Chevrolet, que é de 2006 e ganhou Ouro no Prêmio AbaNET/MSN, vai por este caminho. No site, continuando a linha da campanha de TV e impressa, um clipe musical lembra o big hit We Are The World, com todos os ícones dos anos 70 e 80 cantando que “sua vida te trouxe até aqui”, e que “seu primeiro grande carro” chegou.

Apesar de algumas forçadas na barra (como o sotaque carioca carregado das modelos), a linha de raciocínio que traz o prospect do nascimento até a fase de jovem adulto, passando pelas travessuras de infância, as primeiras namoradas, a facu e o casamento. Cada aspecto do carro é apresentado por um dos ícones, como o Saci do Sítio do Pica-Pau Amarelo, o Fofão (pareceu ser o original, mesmo), as coelhinhas da Playboy, a primeira namorada…

Como complemento, um blog ( http://www.suavidatrouxevoceateaqui.com/) que mostra as conquistas e anseios deste cliente em potencial. Ponto positivo para a maneira como se coloca: claramente uma peça integrante da campanha e não um suposto blog de um 30-e-alguma-coisa mostrando suas últimas conquistas.

E nos arquivos uma espécie de diário, mostrando as datas especiais e fatos marcantes de toda a vida, construindo a expectativa para o momento de comprar seu Prisma. O mais legal e ver os formatos dos arquivos seguindo os lay-outs da época… os de 87, por exemplo, são todos em ASCII, enquanto os de 97 têm aquele fundo fixo de estrelinhas e os pavorosos GIFs animados da época do Geocities…