A Amazônia é… de quem mesmo?

Todo mundo já está comentando o último grande mico de políticos pegos no contra-pé por uma ação de marketing.

O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) ocupou a tribuna do Senado nesta terça-feira (27/03) para denunciar as intenções maléficas da Arkhos Biotech, que defende a internacionalização da Amazônia, e convocar seus diretores para depôr na Comissão de Relações Exteriores.


zonaincerta.com
Nobre preocupação do líder dos tucanos, não fosse a Arkhos uma empresa fictícia criada como parte de um ARG (Alternate Reality Game) criado pela Editora Abril para o Guaraná Antarctica, o Zona Incerta.

Assim como o Lost Experience e, mais próximo da gente, o Una Passione da Fiat, o Zona Incerta é uma ação de marketing 360 graus que conta com diversos sites camuflados, co-relações, garrafas escondidas em diversos lugares do país, uma procura pela “fórmula secreta” do extrato de guaraná e vídeos do biólogo Miro Bittencourt, que seria ex-funcionário da Arkho.

Bem bolado, bem executado e bem divulgado, ao contrário da segunda etapa do The Uncles, por exemplo, que já dava indicações claras do que divulgava e cansou no final.

Independente da qualidade da execução e do planejamento, é importante notar que o mercado brasileiro vai se acostumando à essas açõe, apesar de reações desproporcionais de pessoas que não sacaram do que se tratava, como o jornalista baiano Chico Bruno, que não só pediu a retirada do ar da ação como não aceita comentários que não suportem sua visão do caso.

Reação contrária à que teve Arthur Virgílio. Tão logo foi informado de que fôra vítima de uma ação de marketing, o tucano reconheceu o mico e se dispôs a continuar a defender a Amazônia. “É um mico danado, hein! Mas vou continuar vigilante a meu Estado, ainda que tenha que pagar outros micos”. Valeu ao político um convite para gravar um comercial para a campanha.

Mais um ponto positivo para os autores da ação: usaram a repercussão pra retroalimentar a própria ação. É assim que se faz!

Com informações do Brainstorm9